sábado, 4 de dezembro de 2010

A Tristeza de um Adeus


A tristeza de um Adeus não se mede em lágrimas. Mede-se em corações partidos, em desespero e em palavras… Palavras que se dizem, mas acima de tudo palavras que nunca se disseram… E em silêncios…
As lágrimas que correm pela face abaixo não passam de líquido… Já não me afectam! Secam com o tempo ou limpam-se…
Por outro lado um coração partido mantém eternamente a sensação de ausência – perdeu um pedaço. E muitas vezes o pedaço que o fazia bater. E aí surge o desespero que nos faz desistir da luta, da paixão, dos ideais que nos movem…
Depois surgem as palavras, as mais poderosas armas que existem, e aí começa a violência na emoção e na sensação.
As palavras que nunca me disseste ferem-me mais do que mil punhais…
As palavras que nunca te disse rasgam a minha carne como dentes de um Lobo que luta pela vida… O arrependimento…
As palavras que nunca quiseste ouvir… Sinto-as como o metal frio que me atravessa o peito sem me matar…
As palavras que ouvi fornecem-te o sal que pões nas feridas que me fazes a sorrir…
E neste sofrimento desmedido, em que sensações se baralham com sentimentos, ignoras-me negando-me as tuas palavras, e do silêncio surge a dúvida aterradora, e o choro que não seguro. Mais uma vez elevas-te acima do que é humanamente possível, soltas-te das forças que unem a vida e a matéria, e assumes-te como uma Deusa… Que até sabes ser capaz de ser.
O teu medo faz-te cruel…
A ti que lês este texto, estejas onde estiveres, nunca deixes nada por dizer… Mas cuidado: as palavras depois de ditas não se podem retirar ou apagar

domingo, 14 de novembro de 2010

Frases Soltas...


Peço a Deus que me leve os Sonhos
Peço a Deus
Que me tire o orgulho de ser quem sou,
Que me dê a coragem de o continuar a ser
Ser desprezível na multidão do mundo, que toca vidas e Almas…
E não se deixa tocar…

À eternidade da Alma,
Que se perde no Universo
Reclamo a sensação do que já passou…
E nunca voltará…
À eternidade do Universo,
Reclamo a sensação do que habita e repete e se perde na minha Alma…

Um grito surdo de aflição
Ressoa num Vácuo Eterno que partilho com estrelas e Anjos.
Na imensidão do Cosmos
Se perde o grito que não se ouve…
E o olhar que nunca vê…

Uma ajuda que não chega
E um olhar que não vê,
Perdem-se no infinito do que já não conheço:
O sentimento…


Apenas um sentimento habita em mim... Quem conhecer sabe o que diz:


"Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
A Fantastica letra desta extraordinaria musica
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro."


(dos Resistência - Fim)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Desapareceu o sentimento

A sensação que me prendia a ti já não existe… Apenas a ressaca de uma ligação que nunca existiu… A sensação de impotência, desmaiado no teu sorriso, no teu olhar
Da sensação vou sentir falta. Mas só da sensação… Os Sentimentos não existem, são confundidos com mediadores químicos que teimam em existir e controlar o nosso comportamento.
Vou sentir falta do que nunca te disse e do que tu nunca me disseste; da agressão emocional constante, mas que teima em me fazer viver… Viver numa emoção que nunca existiu e que não passa sequer da imaginação e da amálgama fisiológica para a realidade… Uma realidade relativa que teima em marcar a existência…
Vou sentir falta do teu olhar. Do medo que ele transmitia… Desse medo que destruiu o nosso Futuro, sem sequer sabermos. Desse teu medo que se misturou com as palavras que nunca disseste, e com as atitudes que nunca assumiste. Atitudes e acções que sem querer deixaste passar para além do teu consciente, teimando sempre na racionalidade do que vês e do que sabes ao certo.
Abrimos mão da vida, apenas pela razão… Por essa razão… Apenas por essa razão que nos faz sofrer e nos afasta completamente. Cada vez mais… Por essa razão que nos faz ter medo de estarmos juntos, de nos tocarmos … Que nos faz ter medo da sensação…
A ti eu só digo: até nunca mais! Fazes com que morra aos poucos, tiras-me a vida para conseguires viver, para conseguires lidar com a contrariedade daquilo que mais profundamente desejas…

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

À Eternidade do que não muda...


Citando aquele que para mim é e sempre será um Grande Mestre, em tudo o que a vida me possa mostrar:

"Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo. Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam. Até os mais próximos, os mais amigos, me cravaram na hora própria um espinho envenenado no coração. A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, essa foi sempre generosa. É claro que nunca um panorama me interessou como gargarejo. (...) As dobras, e as cores do chão onde firmo os pés, foram sempre no meu espírito coisas sagradas e íntimas como o amor. Falar duma encosta coberta de neve sem ter a alma branca também, retratar uma folha sem tremer como ela, olhar um abismo sem fundura nos olhos, é para mim o mesmo que gostar sem língua, ou cantar sem voz. Vivo a natureza integrado nela. De tal modo, que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espectáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno. (...) Eu declaro aqui a estas fundas e agrestes rugas de Portugal que nunca vi nada mais puro, mais gracioso, mais belo, do que um tufo de relva que fui encontrar um dia no alto das penedias da Calcedónia, no Gerez."

Miguel Torga, in "Diário (1942)"

Sem querer qualquer tipo de comparação com este grande Mestre (eu nunca a mereci...), descobri a melhor descrição para tudo aquilo que sinto, e sinto há muito tempo...
Desola-me a hipocrisia humana, principalmente a que começa por mim e que não consigo combater, seja por medo, covardia ou simplesmente por não querer fazer sofrer ninguém... Nem mesmo aqueles que não gostam de mim ou de quem não gosto tanto...
Só os penedos da Penha e o Mondego sabem o que sinto... Só a eles eu não sou capaz de esconder as verdades... Apenas eles conseguem ler a minha Alma, mesmo no choro apagado que surge do fundo do meu ser, sozinho para ninguém ver.
Mas só eles merecem a minha Lealdade... Só eles nunca me trairam com a sua eterna forma e vida infinita...
Da minha forma elementar e mineral, eu olho para ti meu Amor, e repudio mais uma vez o sentimento que não existe, que me negas com a tua rigidez...
Mantenho a sensação de ardor que queima as entranhas e me consome por dentro...
A minha tristeza será para sempre, tal como a minha solidão...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Rochedo

Hoje queria ser um rochedo. Uma alta falésia encostada ao mar. Intransponível, imponente e impossível de mover.
Queria apenas as carícias do mar. Os beijos eternos das ondas, para poder esquecer os teus... Aqueles que nunca me deste...
Queria ser forte como não sou, não só mostrar e aparentar força... A força que sabes que não tenho, e fazes questão de me quebrar, atingir e destruir.
Queria não ter fraquezas e ser intransponível. Só para não sofrer por ti. Só para que tu provasses a sensação que é embater numa parede sem fim... Tal como eu bati... Na porta que abrias e logo a seguir fazias questão de fechar com grande estrondo.
Queria ser como uma falésia só para tu não te aproximares de mim... Para me respeitares...
Quero apenas amar o mar. Sonhar com a sua imensidão, sentir a brisa salgada, e alojar em mim eternos segredos de amor, de desespero, de desejo e de solidão... Quero a solidão de apenas ter as gaivotas como companhia, e acima de tudo quero ser o rochedo onde tu vais naufragar...
Não te desejo mal... Apenas antevejo o teu destino. O Futuro que crias na ilusão em que vives... Bem alto no teu pedestal...

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Loucuras

Tudo não passa de raiva! Raiva reprimida por aquilo que chamam amor... Por tudo aquilo que nos prende e impede de viver a nossa liberdade!
Noite dentro sem dormir, desejando não sentir... Torno o que sinto em raiva, e mais uma vez desejo a frieza e a inocuidade do não sentir...
Sinto a Raiva formar-se... Afinal o amor e o ódio andam sempre juntos e movem sempre os mesmos sinais e sintomas... E sou incapaz de lutar mais...
A minha Raiva dura pouco... Estou cansado e só me apetece fugir. Não tenho força para ter Raiva... Sinto-me desaparecer aos poucos. Sinto-me morrer por dentro, sem que alguém alguma vez sonhe o que me faz sofrer, o que me faz estar preso na minha liberdade.
A sensação de revolta mantém-se. Mas a voz está calada... Cada vez mais calada...
Choro sem razão e sem vontade, mas choro... Choro porque choro, porque não consigo falar. Nem sequer consigo arranjar, formar ou articular palavras para conseguir falar...
Não tenho força... Não me consigo mexer...
Quero dormir... Dormir muito... Dormir eternamente...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma Vida - continuação

Se tu soubesses a dor que sinto por não te beijar, por te ver e não poder agarrar...
Cruelmente dilaceras o meu peito e sacas o meu coração ainda a bater. Brincas com ele antes de o deitares no foço profundo que é o esquecimento.
Não digas que não sabes o que sinto, ou a sensação do que vivo... Tu já por lá passaste... Falo na sensação porque ela motiva a memória quando o sentimento se perde ou se desfaz no tempo e no viver, ou quando apenas se torna numa sombra do que já foi.
Contigo nunca falarei de sentimento...
Contigo nunca falarei de pertença, mas sim de abandono. O abandono de quem mata uma preza e a deixa no mato para os lobos comerem. Ficas a ver e brincas, e gozas com o meu sentimento de cima desse teu pedestal inalcançável...
Contigo nunca falarei de paixão, mas falarei sempre de Fogo. De quem está no meio das chamas numa morte lenta e cruel... Mas sem nunca sentir calor, porque os teus olhos frios até isso tiram de mim...
Afinal o que queres? O que pretendes de mim? Que seja submisso, que mude, que morra? Da morte não tenho medo. O que me prende é apenas carne, porque a Alma já tu levaste e consumiste.
Pensava que da miséria da existência Humana tu te destacavas. A tua simples complexidade, o teu sorriso... Mas afinal és igual. Não passas de um predador oportunista, que escolhe a sua vítima na multidão, e cuidadosamente brinca até à exaustão...

sábado, 14 de agosto de 2010

Uma vida

Procuro ansiosamente os teus olhos na multidão que me cerca. Na multidão que me envolve e me faz sentir sozinho. Mas desvias o olhar... Não me dás a luz que me faz viver, que me faz sorrir e acreditar que um dia tudo pode ser melhor.
És cruel no alto do pedestal em que estás... não pela santidade, mas por todos os que te rodeiam e tentam beber em ti a vida e a energia que irradias sem querer....
Os meus olhos encontram os teus, e tu fazes questão de não disfarçar o que pensas... apenas o que sentes; e mostras agora o olhar vazio de desdém de quem lê o outro e não quer saber. "Não me interessa... Não altera em nada o que sou!...".
O teu olhar parece gelo. Já não é o calor que um dia senti, que um dia quis só para mim. Já não é o olhar onde tantas vezes me perdi, onde vi mundos novos onde tudo tinha sentido. Há então quem diga que nasceste num Mundo, mas eu acredito que o Mundo existe por ti e para ti. E mesmo assim na tua altivez continuas como se nada fosse. Continuas a deixar mágoa e destroços de quem um dia já foi gente.
Falaste um dia em mudança, mas esqueceste a compreensão... E esqueceste que nem todos conseguem chegar tão alto no teu pedestal impossível de alcançar...
A dor existe e tu não vês. A Razão volta e sobrepõe-se à existência... À fraca existência de uma vida que se quer sem sentimento...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

A vida sem sentir

"Já imaginaste a vida sem sentir? Nem alegrias, nem tristezas! Não haveria motivação, porque não haveria a necessidade de sentir prazer, felicidade... Não daríamos valor a nada, porque não haveria distinção entre o bom e o mau. Achas que fazia algum sentido?"
A Vida assim faria todo o sentido... Seria a plena Liberdade, a Verdadeira Anarquia, sem regras mas sem atropelos.
Nós não nos apercebemos mas o Sentimento atrapalha a nossa liberdade, traz o medo, e castra a nossa imaginação, limitando assim a nossa Evolução, retirando a motivação necessária.
O sentimento atrapalha... Foi uma das coisas que Deus nos deu como recompensa, mas que não nos ajudou a compreender ou controlar, servindo assim como limite do ser.
A minha motivação de facto não seria o prazer ou a felicidade... Isso são meras sensações que tentamos elevar ao grau de sentimento... Seria a certeza da realização do que me iria propor a fazer.
Reparem: os sentimentos impedem a acção... Não digo isto porque vou ofender alguém e vou-me sentir mal (mesmo que esse alguém mereça). Não fazer o que me apetece porque me vou sentir mal se alguém souber... Esta fórmula não vai ser libertada porque alguém se vai sentir atacado... Não me vou juntar aquele amigo, porque alguém vai ficar com ciúmes...
Notem mais: o sentir e o sentimento não impedem apenas a nossa vida, impedem a Ciência e levam ao conflito...
O nosso mal é procurar a sensação e chamar-lhe sentimento... A sensação é breve, mas o sentimento poderá perdurar...

terça-feira, 25 de maio de 2010

O sentir

Hoje escrevo sobre o sentimento.
Escrevo sobre o acto desprezível de sentir eternamente, nunca alcançando a sensação de plenitude ou cumprimento, ao atingir o que tentamos alcançar ou o que tentamos sentir.
Tento escrever exprimindo a revolta do sentir, na confusão do sentimento de quem ama e não pode amar, de quem sente e não pode sentir.
Escrevo pedindo ajuda ao Deus do sentimento. Pedindo ajuda ao sentir para não sentir... Escrevo sem saber o que sinto ao escrever, amaldiçoando a mente que sente.
As palavras soltam-se nestas teclas buscando a razão. Buscando o sentimento que não doi e que traz a verdade do sentir.
Queria mais uma vez estar ausente desta prisão eterna do sentir e de tudo o que o sentimento traz consigo neste turbilhão de sensações e razões que me derrubam o ser e a mente, que me atrapalham e arrastam para um destino que não conheço e me vai destruir.
Peço ajuda a quem se mostra, mas ninguém vê o que sinto na minha revolta. Ninguém vê a náusea deste Movimento Perpétuo que não se mexe mas queima e faz sofrer. Ninguém me pode ajudar...

sábado, 1 de maio de 2010

Altruísmo

Estamos em Dezembro, e da minha janela vejo os cumes nevados dos montes da minha Serra. A cor do granito já desapareceu há algum tempo...
Olho para o que sou e para o que fui... Estou sozinho no fim da minha vida. Mas não me sinto só...
Toquei algumas pessoas pela minha vida fora. Tive paixões, amores e aventuras. Mas nunca me prendi. Nunca me conseguiram prender!
Lembro hoje uma conversa com uma amiga... Já lá vão tantos anos desde esse dia em que ela me fez sorrir quando me apetecia chorar. Ela falou-me de Altruísmo, melhor, ela mostrou-me o significado de Altruísmo.
Lembro-me agora porque estou só. Ela mostrou-me que altruísmo tinha muitas vezes a ver com o sofrimento. Fazer sofrer alguém para que não sofressem mais no Futuro, estando convicto que seria a melhor decisão...
Ela mostrou-me mas eu não quis ver.
Lembro-me agora porque o meu coração está velho e frio como as pedras que rodeiam a minha casa. Mas mesmo assim ás vezes brilha, tal como esses penedos que ao longe mostram o seu esplendor sob o Sol no Inverno.
Ao longe as árvores vestem um véu de gelo branco, e noto o contraste com o manto negro que cobre o meu coração. Desde novo que o meu coração veste preto, e nunca ninguém conseguiu dar-lhe outra cor. Nunca ninguém esteve suficientemente perto durante o tempo suficiente.
Agora que o fim está perto, recosto-me na minha cadeira e falo com o Anjo Negro, o Anjo da cor do meu coração:
- Não tenho medo de ti... Sabes que te conheço bem, já olhei muitas vezes os teus olhos vazios, e muitas vezes lutei contigo. Mas desta vez não vou lutar.
- Não vais lutar!?
- Não. Já não tenho nada porque lutar.
- Porquê? Não lutas por aqueles que estão à tua volta, aqueles que vão ter saudades tuas?
- Não. As saudades passam, e eu só vou ter saudades da minha Cidade e da minha Serra... Ninguém mais me vem visitar ou ouvir.
- Está na hora... A Viagem é longa...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

INÉRCIA

Inércia poderá ser definida como a tendência dos corpos para permanecerem "eternamente" no estado em que estão, se não lhes for aplicada nenhuma outra força.
Esse é também o estado mesquinho de um povo que se concentra na grandeza que já teve, e que por sua própria inércia será absorvida pela Global Vontade que é alheia à sua.
A quem me possa chamar "nacionalista"eu corrijo para não haver confusões mais à frente: Patriota... É o que sou...
Lembro a letra de uma música bem conhecida: "De costas para o mundo, orgulhosamente sós / Glória antiga Volta p'ra nós"
Não penso em virar costas ao mundo ou em voltar a ficar "orgulhosamente sós". Penso sim em quebrar esta inércia, voltar a espalhar pelo mundo o nome de Portugal e dos Portugueses.
Penso em recusar o que nos é imposto, com a força e recordando os nossos Antepassados que morreram pelo nosso País e pela nossa Língua, pela nossa Liberdade, pela nossa Constituição...
Penso em recusar um acordo em que as minhas fronteiras deixarão de existir, ou outro em que a minha Língua vai sofrer e vai ser espezinhada por gente que nem sequer sabe onde é Portugal, nem quem deu independência ao Brazil (por exemplo)...
Não aceito que a minha constituição, que custou o sangue de meu Pai e muitos outros, seja violada por uma coisa "Europeia", que vem acabar com os nossos hábitos e costumes mais antigos...
Recuso que o meu País e a minha gente seja espezinhada por gentes de outros países, que estão cá apenas de passagem. Basta de nos rebaixarmos aos outros... Se for a Espanha, inglaterra ou França tenho que cumprir as leis deles e falar a respectiva língua... Porque é que nós temos que ser diferentes?
Finalmente recuso um Governo que olha para o próprio umbigo e vê o cargo que ocupa como um lançamento político internacional, ou uma maneira de conseguir contactos que podem dar jeito no continuar de uma fortuna pessoal corrupta...
Recuso que um povo se mantenha quieto enquanto fica mais pobre e mais fraco, com diferenças abismais entre as pessoas... Recuso que haja descriminação entre indivíduos, entre profissões, entre regiões...
Se calhar a tão odiada Ditadura era mais justa do que esta Democracia oriantada e decadente...

Amor

De alguns tempos para cá que tenho vindo a meditar sobre a palavra "Amor", e sobre o sentimento em si, tendo assim conseguido chegar a algumas conclusões...
O problema de meditar e chegar a conclusões não é o percurso ou a dificuldade "do Tema"... É o chegar a conclusões:
Quanto mais penso mais estou convencido que o Amor foi algo inventado pelo Homem... Algo que não existe, que ninguém sabe definir, e que muitas vezes é confundido com paixão... Algo que foi inventado para justificar actos e atitudes.
Dizem que o Amor pode mover o mundo... E não acredito... Acredito sim que a entrega a uma causa, ou a paixão por alguém podem mudar o nosso Ser, e assim parece que o mundo muda. Acredito também que num extremo esta entrega ou esta paixão podem mover multidões, e assim mudar o mundo. E disso existem exemplos.
Arriscando criar conflitos, desordem, ou até magoar alguém eu vou ousar afirmar: não acredito no amor... Não acredito numa coisa que não se pode definir, e da qual não temos provas da sua existência, somente da sua inexistência...
A palavra "Amor" tem vindo a ser usada continuamente de forma errada e hipócrita, tentando justificar de tudo um pouco: a morte, a vida, a tristeza, a guerra,... Tem sido continuamente usada, utilizada e desgastada, confundindo mentes e espíritos, esperando a Sociedade uma justificação do seu grande erro: a falta de honestidade e sinceridade...
Os mesmos erros cometi e cometo todos os dias, confundindo-me (ou não) com aquilo que sentimos ou exprimimos, no entanto a honestiade e a lealdade pautam o meu viver e vou tentando não errar...
Tento assim não errar, admitindo sempre que sei que errei... Não escondendo o que sinto pelas pessoas, pelas coisas, tentando mesmo assim não sentir...