sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Rochedo

Hoje queria ser um rochedo. Uma alta falésia encostada ao mar. Intransponível, imponente e impossível de mover.
Queria apenas as carícias do mar. Os beijos eternos das ondas, para poder esquecer os teus... Aqueles que nunca me deste...
Queria ser forte como não sou, não só mostrar e aparentar força... A força que sabes que não tenho, e fazes questão de me quebrar, atingir e destruir.
Queria não ter fraquezas e ser intransponível. Só para não sofrer por ti. Só para que tu provasses a sensação que é embater numa parede sem fim... Tal como eu bati... Na porta que abrias e logo a seguir fazias questão de fechar com grande estrondo.
Queria ser como uma falésia só para tu não te aproximares de mim... Para me respeitares...
Quero apenas amar o mar. Sonhar com a sua imensidão, sentir a brisa salgada, e alojar em mim eternos segredos de amor, de desespero, de desejo e de solidão... Quero a solidão de apenas ter as gaivotas como companhia, e acima de tudo quero ser o rochedo onde tu vais naufragar...
Não te desejo mal... Apenas antevejo o teu destino. O Futuro que crias na ilusão em que vives... Bem alto no teu pedestal...